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Rival do Cruzeiro nas quartas de final na Libertadores, o River Plate e seus torcedores são chamados desde 1966 de gallinas (galinhas), apelido que surgiu depois da torcida do Banfield jogar uma galinha pintada de branco e vermelho em campo na partida seguinte à derrota alvirrubra na final da Libertadores daquele ano para o Peñarol.
Diferente do Boca, que ostenta com orgulho sua alcunha pejorativa debostero, o River nunca aceitou bem o fato de ser chamado do nome do animal que é símbolo da covardia. Por isso, está há 50 anos tentando se desvencilhar da imagem da galinha, sem sucesso,
Uma das primeiras tentativas aconteceu em 1975. Após acabar com um jejum de 18 anos sem títulos em Nuñez, os jogadores Roberto Perfumo e Norberto Alonso posaram para a famosa revista El Gráfico segurando duas aves no estádio Monumental.
Na entrevista, bradaram o mote exigido pela diretoria do clube: "Elas são galinhas, nós somos de outra espécie".
Mas não adiantou. Mesmo com o River Plate vivendo anos dourados na década de 70, a alcunha de gallina havia chegado para ficar. Por mais títulos que o clube conquistasse, o apelido era repetido à exaustão pelos rivais, deixando os alvirrubros furiosos.
Nas décadas seguintes, nada mudou. A ave continuou como símbolo dos millonarios, e foi até tema de uma das maiores provocações de Carlitos Tevez, ídolo do Boca Juniors. Ao marcar sobre o River, nos mata-matas da Libertadores de 2004, oApache celebrou imitando uma galinha batendo asas, e levou a torcida xeneize à loucura. No entanto, acabou expulso.
A diretoria alvirrubra, então, pensou em uma nova solução: adotar a galinha, mas transformá-la "na marra" em galo, animal conhecido pela força, dominância e imponência.
Quem fez isso foi Daniel Passarella, ídolo do River nos tempos de jogador, que assumiu a presidência do time em 2009. O símbolo de sua chapa era um basilisco, criatura mitológica que mistura corpo de dragão, cabeça de galo e língua de serpente. O objetivo era transformar a gallina em um animal conhecido por causar medo.
Só que o tiro saiu pela culatra.
Como a gestão Passarella foi um fracasso, afundando o River Plate em dívidas e rebaixando a equipe para a segunda divisão argentina pela primeira vez na história, o símbolo do animal mitológico foi prontamente rejeitado pela torcida, já que era associado a um dos piores dirigentes da centenária história do clube de Buenos Aires.
A nova gestão, comandada por Rodolfo D'Onofrio, já não usa mais o basilisco.
